Taça de Barcelos 2023-204
Disputou-se no dia de ontem, domingo, no Estádio Cidade de Barcelos, a final da 22ª edição da Taça Cidade de Barcelos, com o Remelhe saindo vencedor frente ao Perelhal por 5-4 após grandes penalidades, depois de no tempo regulamentar se ter registado um empate 1-1. O Remelhe conseguiu assim o seu primeiro título do Popular de Barcelos, depois de estar presente em três das últimas quatro edições. Curiosamente, todas elas foram decididas nas grandes penalidades. Na época 2017-2018, perdeu a final para o Oliveira, e na época seguinte, 2018-2019, perdeu para o Carvalhal. À terceira foi de vez e saiu vitorioso perante um Perelhal que tinha conquistado este troféu na época passada frente ao Carapeços.
Consultando os nossos arquivos, o Remelhe é um dos clubes com pouco mais de uma década de presença no Popular de Barcelos. Surgiu na época 2012-2013, terminando em 13º lugar na 2ª divisão. Na época seguinte, 2013-2014, ficou em 2º lugar, subindo assim à 1ª divisão e marcando presença pela primeira vez na divisão maior na época 2014-2015.
E vamos ao jogo. Na nossa opinião, os jogos das finais da taça, no Estádio Cidade de Barcelos, são sempre iguais numa coisa: joga-se bem nas primeiras partes, mas com o decorrer das segundas partes, as equipas começam a sentir fadiga, vão abaixo fisicamente e o futebol praticado não é do melhor. Trata-se de futebol amador, mas joga-se num retângulo de jogo de profissionais, e já muito fazem eles em apresentar um espetáculo razoável e alguns bons recortes técnicos durante a partida, nomeadamente na primeira parte, e foi isso que aconteceu.
O jogo começou com o golo do Perelhal logo no 1º minuto. A bola é metida no flanco direito do ataque do Perelhal, Hugo com a bola controlada flete para dentro da área, tira um adversário do caminho e, quase do bico da pequena área, remata de pé esquerdo, fazendo um golo de bandeira ao colocar a bola indefensável para Miguel junto ao seu poste direito. Estava inaugurado o marcador e os adeptos do Perelhal deliraram com este golo que foi um hino ao futebol.
O Perelhal esteve por cima do jogo até aos 10 minutos, mas a partir daí o Remelhe instalou-se no meio-campo adversário e, aos 15 minutos, já tinha ameaçado com um remate à figura, fácil para Flávio, e logo de seguida, mais um remate por cima da baliza para a bancada norte.
O Remelhe continuava melhor na partida e, aos 25 minutos, surgiu o empate 1-1 com um golo magistral de Rubem Ribeiro. A jogada desenrola-se pela direita do ataque, Rubem recebe a bola e, com esta controlada, entra na pequena área sem oposição e com um toque subtil faz a bola passar por cima do corpo de Flávio, fazendo o empate.
Apesar do Remelhe ter mais posse de bola, a melhor oportunidade para desfazer o empate foi para o Perelhal. Numa bola meia morta a pingar na área, o avançado do Perelhal cabeceia fazendo a bola bater na trave, sobre a linha de baliza, com um defensor do Remelhe a aliviar. Estavam decorridos 44 minutos.
As equipas regressaram aos balneários com um empate 1-1 que nos pareceu justo.
O resumo da 1ª parte foi uma boa entrada do Perelhal, com Hugo a fazer uma jogada individual logo no primeiro minuto. O Remelhe, aos poucos, assumiu o controle do jogo, ao instalar-se no meio-campo adversário, depois de ameaçar, chegou ao golo do empate com um golo de belo efeito de Rubem Ribeiro. O Remelhe teve mais posse de bola, mas não criou oportunidades flagrantes. Nos últimos 10 minutos da primeira parte, o Perelhal surgiu novamente com muito perigo junto da baliza do Remelhe e por duas vezes desperdiçou a oportunidade de passar para a frente do marcador.
Na etapa complementar, até aos 50 minutos, o Remelhe entrou melhor, assumindo a iniciativa do jogo, mas em contragolpe, aos 56, Miguel teve que sair aos pés do avançado do Perelhal, evitando o 2-1. Aos 56 minutos, o Perelhal quase marca. Chora recebe a bola na zona frontal e mete para a direita do seu ataque, mas por duas vezes os avançados não conseguiram rematar com êxito. Na resposta, o Remelhe atira por cima da baliza de Flávio.
Aos 70 minutos, o jogo esteve parado para dar a oportunidade aos atletas beberem água. Parado ou sem ritmo também esteve o jogo nos últimos 10 minutos, entre os minutos 60 e 70, com muitas substituições, o jogo caiu de qualidade e houve pouco tempo útil.
O jogo recomeçou e, aos 76 minutos, houve uma grande oportunidade para o Remelhe, obrigando Flávio a sair entre os postes. A bola sobra para Simão, que sem guarda-redes na baliza, atira para a bancada.
Nos últimos minutos, pouco se jogou, com as equipas mais interessadas em segurar o empate para levar às grandes penalidades do que em arriscar um pouco mais e resolver logo no tempo regulamentar.
Na marcação das grandes penalidades, que aconteceram na baliza sul, o Perelhal foi o primeiro a marcar. O Perelhal falhou o que seria o 3-3, atirando ao lado, e de seguida, o Remelhe fez o 4-2. O Perelhal fez o 4-3, mas o Remelhe falhou o 5-3 com uma habilidade à Panenka, a bola ficou nas mãos de Flávio. Por fim, Kiko falhou o que seria o 4-4, permitindo a defesa de Miguel, e o Remelhe fez a festa.
Uma boa arbitragem de Rui Torres, onde ficará para a memória o facto de não ter mostrado um cartão sequer na partida. Foi um Rui Torres a deixar jogar largo, permitindo alguma combatividade nos lances. Usou o mesmo critério para ambos os lados e poucas faltas assinalou durante toda a partida. Um Rui nada parecido com aquele árbitro que não permitia uma reclamação sequer. Desta vez, foi espetacular.