António Carvalho iniciou a sua carreira no futebol federado, jogando pelos juniores do Águias de Alvelos e pelos seniores do Necessidades. No futebol popular, jogou no Milhazes, clube da sua freguesia, e no Paradela. Começou a sua trajetória como treinador adjunto no Paradela, onde simultaneamente treinava a equipa feminina do mesmo clube.

Como treinador principal, António Carvalho acumulou uma vasta experiência, tendo passado por vários clubes, incluindo Paradela, Pereira, Cristelo, Creixomil, Macieira, Silva e, por fim, Lijó. Foi no Lijó que António alcançou um dos pontos altos da sua carreira ao levar o clube de regresso à 1ª divisão e ao discutir o título até à última jornada com o GDR Campo, clube que acabou por ser campeão de série com os mesmos pontos do Lijó.

Sob a sua liderança, o Lijó regressou à 1ª divisão, demonstrando capacidade de resiliência e competência técnica. O clube, com uma presença marcante em todas as edições do campeonato popular, foi relegado à segunda divisão na época 2019-2020. No entanto, com António Carvalho ao comando, o Lijó conseguiu não só retornar à divisão principal, mas também fazê-lo de forma triunfante, marcando um capítulo memorável na sua história, especialmente quando o clube comemora os seus 80 anos. Nesta entrevista, António ainda não garantiu a sua continuidade no Lijó.

Domingo às Dez: Estamos aqui com António Carvalho, treinador do Lijó F.C., o mister que levou o Lijó de regresso à 1ª divisão na temporada 2023-2024. António, é um prazer tê-lo connosco!

António Carvalho: Eu é que agradeço o vosso convite.

Domingo às Dez: António, a sua carreira no futebol é bastante diversificada, desde jogador federado até treinador campeão no futebol popular. Pode-nos contar um pouco sobre o seu início no futebol? Por exemplo, qual era o seu ponto forte dentro das quatro linhas?

António Carvalho: Sim. Como já foi referido anteriormente, passei pelo futebol federado. Mais tarde, quando o Milhazes formou equipa, no segundo ano de Popular, regressei para jogar na minha freguesia. Enquanto jogador, os meus pontos fortes eram a colocação em campo, a leitura de jogo e comandar a equipa dentro de campo.

Domingo às Dez: Iniciou a sua trajetória como treinador adjunto no Paradela, onde também treinava a equipa feminina. Como foi essa fase da sua carreira? Já ambicionava passar a treinar os seniores?

António Carvalho: Já ambicionava ser treinador quando jogava futebol. Terminei a carreira aos 35 anos e foi-me proposto pela direção do Paradela assumir o cargo de treinador adjunto, o que aceitei. Foram 3 anos e meio como adjunto e meio ano como treinador principal, na altura, na primeira divisão. Quanto ao futebol feminino, o Paradela criou a equipa de futebol feminino e, a uma semana do começo do campeonato, o treinador foi embora e pediram-me para abraçar esse desafio, o que aceitei de bom grado.

Domingo às Dez: Como treinador principal, passou por vários clubes. Saiu magoado de algum clube? Além do Lijó, claro, qual foi o melhor projeto apresentado por onde passou?

António Carvalho: Sim, saí. Para mim, a palavra vale mais que tudo! Tive bons projetos por onde passei e consegui alcançar os objetivos que foram propostos. Mas posso realçar o Macieira, por tudo o que conseguimos atingir nessa época. Fomos campeões de série, tivemos o melhor ataque, atingimos uma primeira volta só com vitórias e chegamos às meias finais do campeonato.

Domingo às Dez: Foi no Lijó que você alcançou um dos pontos altos da sua carreira ao lutar pelo título de campeão até à última jornada. Como se sente em relação a essa conquista?

António Carvalho: Sinto-me feliz. Foi um objetivo traçado desde o primeiro dia em que cheguei ao clube. Foi uma época difícil. Tivemos de trabalhar muito. Não é fácil subir de divisão. Fomos uma equipa muito unida, desde a direção, que nunca deixou faltar nada à equipa, aos meus jogadores, que foram exemplares na atitude, tanto nos treinos como nos jogos, aos meus adjuntos, que foram incansáveis para que conseguíssemos atingir os nossos objetivos, e aos adeptos, que foram fundamentais neste percurso.

Domingo às Dez: Vai ser sob a sua liderança que o Lijó se vai bater com os clubes de elite do Popular e que dificuldades espera encontrar? E qual é o principal objetivo?

António Carvalho: Neste momento, não posso responder a essa pergunta. Iremos reunir para esclarecer as eventuais possibilidades.

Domingo às Dez: Qual foi o momento em que ficou convicto de que levaria a equipa do Lijó à 1ª divisão?

António Carvalho: O momento em que acreditei que a equipa iria subir de divisão foi no jogo contra o Sequeade, em nossa casa, no qual saímos vitoriosos.

Domingo às Dez: Descreva-me o melhor momento e o pior momento que sentiu ao longo da época no banco de suplentes.

António Carvalho: O melhor momento, sem dúvida, foi no jogo contra o Sta. Eugénia, em que subimos de divisão. Foi um sentimento de dever cumprido. O pior foi no jogo em casa contra o Campo, em que estávamos a vencer por 3-1 e empatámos 3-3, no único jogo em que perdemos pontos em casa e no 9º minuto de descontos.

Domingo às Dez: Que balanço faz do desempenho de todas as equipas da popular 2ª divisão incluída? Diga-me as que o surpreenderam pela negativa e pela positiva.

António Carvalho: Falando apenas da minha série, pela positiva destaco as duas equipas que subiram, e já agora dou os parabéns ao Campo pela conquista do título, e ao Sequeade, que foi um digno vencido. Pela positiva também, o Aborim na primeira volta pelo bom futebol praticado e o Estrelas de S. Pedro pelo bom futebol e pela mudança de atitude em relação aos outros anos. Foi uma série muito competitiva, pelo que todos tentaram dar sempre o seu melhor, não destacando, assim, nenhuma equipa pela negativa.

Domingo às Dez: Alguma mensagem que gostaria de deixar para os adeptos do Lijó e a todos os adeptos do Popular?

António Carvalho: A mensagem que eu gostava de deixar aos adeptos do Lijó é que nunca deixem de apoiar a equipa e que levem sempre mais um amigo. Aos adeptos do popular, que continuem a apoiar os respetivos clubes sempre com fair-play.

Domingo às Dez: Muito obrigado pela entrevista, António. Desejamos-lhe e ao Lijó muito sucesso na 1ª divisão.

António Carvalho: Obrigado eu pelo convite.