No sábado de Páscoa, assistimos a grandes enchentes nos dois palcos que receberam os jogos das meias finais da Taça. Todos os caminhos levavam os adeptos a Remelhe e a Carapeços. Nunca o Campo de Carapeços tinha recebido tantos espetadores, com estimativas a sugerirem a presença de mil pessoas, embora seguramente estivessem presentes umas 700 pessoas ou mais. Remelhe e Perelhal foram as equipas apuradas.

O Perelhal empatou 1-1 em Carapeços, valendo a vantagem da primeira mão, na qual venceu por 1-0. Por sua vez, o Remelhe vinha de um empate 1-1 em Carvalhal e venceu por 3-1 o jogo da segunda mão. Esta é a terceira vez que o Remelhe marca presença na final da Taça de Barcelos, enquanto o Perelhal marca presença pela segunda vez e terá a oportunidade de renovar o título, já que venceu o troféu na época anterior. O Remelhe vai tentar vencer pela 1ª vez depois de duas finais perdidas, uma para o Oliveira e outra para o Carvalhal nas grandes penalidades.

Carapeços 1-1 Perelhal

Ambas as equipas apresentaram os seus melhores onzes. O jogo começou com cautelas por parte de ambas as equipas, mas aos poucos o Carapeços tomou a iniciativa do jogo, com o Perelhal na expectativa e jogando com a eliminatória a seu favor, trazida da primeira mão. A primeira parte terminou sem golos, apesar de o Carapeços ter sido a equipa a criar mais oportunidades, com lances mais perigosos. Destacou-se uma bola ao poste por parte do Carapeços a meio da primeira parte, seguido imediatamente pela maior oportunidade desperdiçada do jogo pelo Perelhal. Um jogador do Perelhal apareceu isolado na cara do guarda-redes do Carapeços, que saiu da baliza. O avançado adiantou demasiado a bola para o lado direito e, sem ninguém na baliza, conseguiu cruzar. No entanto, para espanto de todos, um jogador do Perelhal apareceu no primeiro poste a rematar e falhou o alvo, atirando ao lado com a baliza completamente desprotegida. Foi uma oportunidade incrível desperdiçada!

Na segunda parte, o jogo manteve-se com o Carapeços a ter mais posse de bola e a criar várias oportunidades. Aos 57 minutos, Araújo rematou com estrondo ao poste esquerdo do guarda-redes Flávio. Quase em resposta, o Perelhal alcançou a vantagem um pouco contra a corrente do jogo, com um golo marcado pelo central  Daniel, na sequência de um canto, com uma cabeçada imparável, fazendo o 0-1. O Carapeços fez mais uma alteração, já depois de ter feito uma  ao intervalo, e foi o recém-entrado Gui quem restabeleceu o empate 1-1 aos 80 minutos, finalizando uma jogada que ele próprio iniciou na esquerda e aparecendo na boca da grande área para rematar forte e colocado junto ao poste direito de Flávio, sem hipóteses de defesa.

Com o empate 1-1, a eliminatória ainda favorecia o Perelhal. Com 10 minutos para jogar e mais 5 de descontos, o Carapeços ainda tentou tudo, sacrificando a saída do central Daniel para a entrada de mais um avançado, recuando Ítalo para a posição de central. Entretanto, o Perelhal refrescou o ataque com a entrada do ex-participante do Big Brother, Kiko, mas este, sem ritmo, acabou por ser facilmente controlado pelos defesas do Carapeços. Até ao final, notou-se a segurança de Flávio, sem dúvida o melhor guarda-redes do Popular, segurando o empate que lhe daria a passagem à final.

Foi um grande jogo de futebol, e a arbitragem não teve grandes incidentes disciplinares, esteve bem e o jogo foi muito correto, com poucos cartões amarelos. No aspeto técnico, houve algumas falhas na marcação de faltas, com critérios por vezes inconsistentes, mas foram iguais para ambas as equipas e não tiveram influência no resultado. No último minuto, o Carapeços ainda introduziu a bola na baliza, mas o árbitro já tinha apitado para assinalar uma falta atacante. Houve ainda algumas provocações entre o público e os jogadores, e o árbitro não escapou a algumas críticas por parte de membros da equipa técnica do Carapeços, o que resultou em duas   expulsões.

Remelhe 3-1 Carvalhal

Numa eliminatória equilibrada em ambas as mãos, em que qualquer equipa poderia passar à final, o Perelhal marcou mais golos e está na final com todo o mérito.

A norte do rio Cávado e do concelho, uma meia-final estava em disputa. Ao sul, outra meia-final opunha o Remelhe ao Carvalhal. Supostamente, o público dividiu-se, e muito provavelmente, embora não tenhamos dados concretos, assistimos a mais uma enchente para presenciar esta meia-final. O Remelhe, treinado pelo Mister Cacioli, que sucedeu a Orlando Rodrigues, este último agora do outro lado a representar o Carvalhal, teve apenas dois treinos para colocar a equipa a jogar à sua imagem. O Carvalhal atravessa a pior fase de resultados da sua história. Nunca antes o Carvalhal havia somado nove derrotas consecutivas no campeonato, e o jogo não se avizinhava fácil, apesar do empate na primeira mão (1-1) alimentar algumas esperanças.

O Remelhe entrou no jogo com determinação e rapidamente se colocou em vantagem, com o primeiro golo a ser marcado por Kiko aos 24 minutos, fazendo 1-0. Três minutos depois, chegou ao 2-0, desta vez através de uma grande penalidade convertida por Cenoura. Este foi o resultado ao intervalo. No início da segunda parte, o Remelhe tentou controlar o jogo e gerir a vantagem, dando espaço para o Carvalhal avançar no campo. Aproveitando isso, o Carvalhal conseguiu ser superior e reduziu para 2-1 aos 57 minutos. A equipa ainda equilibrou o jogo até aos 70 minutos, tendo uma boa oportunidade para empatar, mas a partir daí o Remelhe retomou o controlo do jogo. Depois de desperdiçar uma oportunidade de fazer o 3-1 minutos antes, marcou o terceiro golo por Ruben Ribeiro aos 80 minutos, garantindo assim a vitória e o lugar na final com toda a justiça.  O Remelhe vai tentar vencer pela 1ª vez depois de duas finais perdidas, uma para o Oliveira e outra para o Carvalhal nas grandes penalidades.