A formação desportiva, tão apregoada pela Câmara Municipal como requisito para apoiar o arrelvamento dos recintos desportivos, enfrenta críticas severas. Dos 14 clubes da 1ª divisão do Popular, apenas cinco – Carapeços, Pereira, Perelhal, Várzea e Fragoso (desculpem se nos esquecemos de mais alguma) – possuem equipas de formação. Este cenário levanta dúvidas entre os dirigentes dos clubes que investem na formação: "Vale a pena ter formação e apostar nos jovens?"
A questão torna-se ainda mais pertinente porque, no âmbito do Futebol Popular, jogadores formados nos escalões jovens na AF Braga não podem integrar as equipas seniores, uma restrição que vai contra o espírito de continuidade e desenvolvimento desportivo nos jovens e no Popular .
Enquanto isso, os clubes que lideram o campeonato, focados exclusivamente na conquista de títulos, deixam a formação de lado. Esta postura faz crescer o debate sobre a possibilidade de o Município condicionar o apoio financeiro à existência de formação, como forma de incentivar a sustentabilidade e o crescimento do desporto de base.
Além disso, ganha força a ideia de solicitar à AFPB (Associação de Futebol Popular de Barcelos) que permita aos jogadores juniores da AF Braga integrar as equipas seniores. Tal medida poderia incentivar os clubes a criar ou manter a formação, promovendo uma maior integração entre escalões e garantindo um futuro mais sólido para as equipas seniores do futebol popular.
Este é um artigo de opinião elaborado após ouvir o desabafo de um dirigente do Futebol Popular que valoriza os jovens, ao invés de investir valores exorbitantes em jogadores pagos a preço de ouro, como é comum entre as equipas favoritas ao título. O dirigente vai mais longe e afirma que não se importaria de gastar 5 mil euros por mês em ajudas destinadas aos recursos humanos, desde que fosse para apoiar jovens e não oportunistas.