Disputou-se ontem domingo a final do Campeonato Popular de Barcelos. Foi pela 2º Vez consecutiva este formato que foi adaptado devido ao Covide 19. Pandemia esta que anulou o campeonato 2019-2020 quando foi interrompido à 23ª jornada, apenas a 9 jornadas do final.
Na próxima época tudo volta à normalidade, com um campeonato onde vão fazer parte 14 equipas na 1ª divisão, como é jogado em todo o mundo e não haverá eliminatórias para apurar o Campeão.
O Campo da Devesa em Galegos Santa Maria, encheu-se de milhares de adeptos para assistir a esta final, repetindo desta forma a mesma dose que tinha sucedido na final da taça disputada no Estádio Cidade de Barcelos. Estariam 3000 pessoas? Na final da taça estiveram 4000! O que prova que o Futebol Popular conta cada vez mais com maior número de adeptos. Os críticos durante a época, querem por vezes denegrir as equipas de arbitragem ou as pessoas que gerem o futebol popular, que por vezes erram em algumas decisões, mas ninguém é perfeito, mas esta massa adepta que foi vista ao longo da época e nas finais, veio provar que em cada um clube que queira desistir, há mais dois que se levantam para participar no maior Campeonato Popular do País.
Passamos ao jogo da final.
Nos primeiros 15 minutos assistimos ao pior espetáculo de futebol que ninguém gosta de ver. Com as equipas a não meter agressividade na disputa dos lances, bolas constantemente fora, e o jogo muitas vezes parado para dar assistência aos atletas que sofriam faltas, que nem pareceram ser caso para tanto.
A partir daqui as equipas soltaram-se e resolveram começar a jogar futebol. O Leocadenses começou a ter mais supremacia nos duelos a meio campo, e com mais bola em seu poder, instalaram-se no meio campo do Negreiros. O Negreiros apostou num futebol mais direto, e não se deu muito bem. O Leocadenses com um futebol mais apoiado, tentou surpreender, e chegou a ameaçar aos 30 minutos, com Hugo Guarda redes do Negreiros a sair no limite da grande área aos pés do avançado do Leocadenses quando este tentava chegar primeiro à bola. Tirando este lance, os Guarda redes das duas equipas não tinham sido chamados a intervir. Mas aos 43 minutos, o Leocadenses teve aquela que foi a melhor oportunidade do encontro, com Coutada em zona frontal a rematar, obrigando Hugo a fazer a defesa do jogo e a desviar com uma palmada a bola por cima da trave da baliza. Um lance que define que haver alguém em vantagem ao intervalo seria justo que fosse o Leocadenses
Na 2ª parte tivemos um jogo mais digno, com as equipas a demostrar o porque de terem chegado a esta final.
Ambas as equipas regressaram do descanso com a intenção de colocar mais velocidade ao jogo e tentar rematar mais à baliza, coisa que não tinha acontecido na 1ª parte. O Jogo iniciou-se dividido onde o golo poderia surgir para qualquer das duas equipas. Foi o Leocadenses a conseguir na primeira oportunidade que teve, numa jogada pela direita, ainda de fora da área Marquinhos com toda a intenção encheu o pé, e fez um golaço ao fazer a bola entrar junto ao angulo da baliza de Hugo sem que este pudesse lá chegar. Estava feito o 1-0 para o Leocadenses, merecido, não tanto pelo que tinha feito nos 10 minutos decorridos da 2ª parte, mas no que tinha feito no somatório dos 65 minutos de jogo. O Negreiros fez duas alterações, e Lopes veio espevitar o ataque do Negreiros.
Há procura do empate, o Negreiros tentou fazer a bola pingar por algumas ocasiões na área do Leocadenses, mas Rafa na baliza era rei e senhor nas bolas aérea. Aos 70 minutos uma bola metida para a direita do ataque do Negreiros, o avançado do Negreiros leva a melhor sobre o defensor do Leocadenses com este a cair ficando a pedir falta, o lance seguiu e a sair o cruzamento com peso e medida a desviar a bola de Rafa, e surge Jason sem marcação no lado contrário encostar para o empate 1-1. O Leocadenses tinha mexido no onze com Sono a entrar e a fazer desequilíbrios. O mesmo Sono de cabeça ameaçou com a bola a sair ligeiramente ao lado. Há ainda um remate perigoso a sair rasteiro ao lado da baliza de Hugo. E ainda um remate de longe em que Hugo deixa escapar a bola das mãos (quase frango) e esta acaba por sair por cima da trave. A última oportunidade aconteceu para o Negreiros com o avançado a entrar na área pela direita rematando ao lado, quando tinha os seus companheiros na área em boas condições de finalizar.
Nos penaltis o Leocadenses abriu a marcar. E ao bater o 5º penalti concretizaram o 4º porque tinham falhado um .O Negreiros já tinham falhado 2, daí não ser necessário bater o 5º castigo máximo, porque estava encontrado o vencedor.
O título de campeão acabou por sorrir à equipa do Leocadenses. Num campeonato normal não podemos dizer que o Leocadenses foi a melhor e regular equipa das 38, mas na fase final foi sem sombra de dúvidas a melhor.
Recordamos que o Leocadenses eliminou o Perelhal 1º classificado do grupo B, equipa que tinha vencido a final da taça com todo o mérito. Depois eliminou os Leões da Serra, equipa que afastou o Carapeços dos quartos de final, com alguma facilidade. Em ambas as eliminatórias jogou com o resultado. Se é certo que com o Perelhal levava uma vantagem de 3 golos, aos 15 minutos no jogo da 2ª mão já perdia por 2-0. Um campeão reage e foi o que o Leocadenses fez! Anulou essa desvantagem e chegou em 3 minutos ao 2-2. Em Airó perdia aos 15 minutos por 2-0 com dois golos de grande penalidade, e bastaram a exemplo do que tinha feito em Perelhal, fez 2 golos de rajada e empatou o jogo 2-2 , levando a decisão para o jogo em sua casa, em que jogando com o resultado bastou empatar 0-0. Além dos golos, pensamos que este Leocadenses contou com muito força mental, coisa que faltou em alguns jogos do campeonato, mas que nesta fase final foi fundamental para chegar ao sucesso de vencer o campeonato com toda a justiça por ser a melhor equipa nesta fase final.
Confessamos que esperávamos mais desta equipa do Negreiros nesta final. Vinha de uma série de vitórias, onde marcar golos parecia ser a coisa mais fácil do mundo. Passou os quartos de final com muito à vontade vencendo em Oliveira e em casa o seu adversário. Nas meias finais voltou a vencer com alguma facilidade o Macieira em casa e no terreno adversário. Foi a equipa com o melhor ataque da prova com 72 golos! Até eles próprios esperavam mais nesta final.
Ao longo da transmissão os analistas comentavam a comparação desta final com a final da taça! Foram unanimes e nós também concordamos. Cada equipa joga com as armas que tem, e uma equipa joga o que a outra deixa jogar. Todos estão de acordo que o futebol em tempo útil, circulação de bola, jogadas onde intervinham 4, 5 jogadores de pé para pé até chegar a zonas de finalização. O Carapeços Perelhal foi sem dúvidas melhor espetáculo.
Nesta final foi mais o aspeto físico a levar a melhor em vez da técnica. A explosão dos jogadores com mais agressividade sobre o portador da bola foi mais evidente. Não foi tão bonito, mas tornou-se eficaz e merecido para o Leocadenses, que respondeu sempre às adversidades que lhe foram surgindo pelo caminho até esta final.
-Sobre a arbitragem e agora com recurso a imagens. O Leocadenses tem alguma razão de queixa onde parece ter havido dualidade de critérios. A arbitragem na final da taça também não tinha agradado ao Carapeços. Que por acaso em casos idênticos foi nas barbas dos juízes de linha que aconteceram os lances mais polémicos.
-Sobre a organização das provas AFPB também está de parabéns, bem organizadas ambas as finais, com as transmissões de imagem em direto via Facebook de excelente qualidade. Com repetição das jogadas mais importantes da partida.
-Seja estes órgãos sociais, sejam outros passados, ou outros que virão a seguir, vão ser alvo de críticas. Há no entanto “chico espertices” como foi o caso do recurso dos Leões ao seu recinto de jogos interditado para o jogo da 1ª mão das meias finais, que convém meditar, para que se não repita no futuro. Os Leões jogaram uma importante partida de acesso à final no seu recinto contra a verdade desportiva, e o jogo de interdição fica para a próxima época. É culpa da AFPB ou limitaram-se a cumprir os regulamentos? Há depois as bocas de ganhar contra tudo e contra todos, mas por vezes Deus escreve direito por linhas tortas, de nada valeu este golpe de teatro, porque afinal o Leocadenses apesar de ser um injustiçado neste processo, acabou por vencer o campeonato.