Antes de passar à explanação propriamente dita, do assunto que me traz junto dos caríssimos leitores, devo tecer as seguintes considerações, para servir de esclarecimento de quem me lê e para que não me sejam apontadas razões corporativistas.

Não faço parte do corpo redatorial do “Domingo às Dez”, desconheço em absoluto a sua composição. Tenho o grato prazer de conhecer há largos anos o José Silva, conhecido pela alcunha do Zenico.  Assim é conhecido por quem com ele priva, ou anda no meio do futebol popular e amador. O meu conhecimento resulta do breve convívio furtuito e casual nos diversos parques desportivos do Popular de Barcelos, ao longo das diversas épocas desportivas. Conheço-o suficientemente bem, para perceber que não será uma pessoa formada, mas é uma pessoa muito informada. Tem a paixão pelo jornalismo e pelo futebol popular de Barcelos e fá-lo com entusiasmo.   Não fui mandatado, nem me foi solicitado que defendesse o Zenico e a sua equipa redactorial de uma critica acintosa e despropositada. Não sou da área do Direito, mas tenho princípios de justiça. Não sou professor de Português, mas sou do tempo de lavar chapada até aprender todas as preposições simples. Ainda hoje as sei de cor. Além disso, não precisará o Zenico e a sua equipa que os defenda de ataques.

Espero não agastar com este artigo o Zenico e a sua equipa e se isso ocorrer, apresento as minhas desculpas. Mas, tinha que o fazer, por um princípio de solidariedade.

Este artigo de opinião e não será mais do que isso, serve para enaltecer o trabalho de informação desportiva atempada, profícua, pertinente, assertiva e de interesse muito relevante, que é preparada pelo “Domingo às Dez”. É difundida nas diversas plataformas cibernéticas, por amadores, sem carteira profissional de jornalismo, que trabalham em prol dos aficionados do Futebol Popular de Barcelos, muitas vezes, com prejuízo do tempo que deveria ser destinado ao descanso ou devotado à partilha familiar.

Criticar uma informação só por ter um erro ortográfico, parece-me um estapafúrdio, para além de constituir um comentário despropositado, ridículo e carregado de purismo estéril. Obviamente que todos temos o direito à critica de opinião, mas quando as críticas são tóxicas e descabidas, revelam-se desnecessárias e ineficazes.

Quase todos os dias constato erros ortográficos, nas legendas de rodapés dos serviços noticiosos dos diversos canais televisivos. Tenho fotografias em arquivo que atestam uns quantos erros ortográficos. Não são lapsos ou gralhas, são mesmo erros ortográficos. Com esses profissionais é que devemos ser exigentes e não perdoar, por serem cometidos por gente com carteira profissional, com formação superior e que recebem do erário publico. Todos nós pagamos a Contribuição Audiovisual na nossa factura da luz…

Também eu sou exigente e perfeccionista e custa-me ler ou ouvir “calinadas” mas sou justo, analista e ponderado. Cada caso é um caso.

Este vosso escriba, há uns anos, enviou um email à RTP a reclamar do facto da jornalista Conceição Esteves se ter referido, no contexto de uma notícia da Argélia, aos” algerianos”. Como? Então os cidadãos da Argélia, são “algerianos?!”

Este vosso escriba enviou um email à Presidência da República, a sugerir e a solicitar a correcção no texto publicado no seu “site” oficial, referente aos Símbolos da Pátria, onde era referida a Bandeira Nacional, aparecendo esta com a grafia em letra minúscula. Isto sim, é que são erros crassos, de palmatória, produzidos por profissionais do ramo, pagos “pornograficamente”. Num dos casos, no desempenho de um cargo superior do Estado Português.

 

Como seguidor do “Domingo às Dez”, resta-me agradecer o teor informativo, atempado e pertinente e exortar para que sigam o vosso excelente trabalho informativo. Não se deixem esmorecer por críticas tóxicas e inúteis. Se não conjugarem correctamente o verbo “haver” não interessa, desde que o teor da notícia seja verdadeiro e seja compreendido.  Isso é um dos fundamentos da informação. Qua a mensagem chegue ao receptor.

Outro fundamento será o que nos lembra a mnemónica: QQOOC - Quem, Quando, Onde, O quê e Como?

Se “houveram milhazes de cidadões” que foram informados, isso é o mais importante. Com erros ou sem erros ortográficos, a informação deverá ser célere, rigorosa e isenta. Isso o “Domingo às Dez” pratica e cumpre superiormente. Serão de considerar os contributos de leitores, quando a notícia não é rigorosa no número de golos ou de vitórias, pontos, etc…Aí as críticas são bem vindas e apreciadas, agora conjugação de verbos…por amor de Deus!

Ao Zenico e a toda a equipa, suplico: não esmoreçam, o vosso trabalho altruísta, entusiasta, eficiente e “pro bono” é apreciado por muitos!

Mais vale ter uma informação com erros ortográficos do que não estar informado, por analogia ao provérbio popular, que diz: mais vale ter mau hálito, do que não ter hálito nenhum.

 

Por antever, uma vontade ávida e impreterível de alguém tentar ripostar e retaliar, esclareço desde já que, embora não pareça, sou um defensor da nossa Língua Portuguesa e parafraseando Fernando Pessoa: A minha Pátria é a Língua portuguesa, no entanto, não pretendo entrar em diálogo ou discussão com puristas ou “pseudo-puristas”, pelo que, considero a partir deste momento o assunto encerrado.

Declaro ainda, que redijo em profundo desacordo e intencional desrespeito pelo último Acordo Ortográfico.

Mário Costa

OBS. Mário costa é um seguidor assíduo do Domingoasdez, e escreve ocasionalmente artigos para o nosso jornal, não a nosso pedido mas sim quando ele nos pede se é oportuno publicar o que lhe vai na alma.