Atualizar os regulamentos

Não estou a falar de mudar as regras, estou a falar de fazerem um só documento com a versão mais atualizada em vez de terem tudo espalhado. Atualmente há a versão do regulamento original, depois há um anexo que é a alteração feita em 2014 mas só aos artigos x e y. Depois há outro PDF em 2016 que adiciona o artigo z mas que invalida o artigo x. Ou seja, uma confusão desnecessária para quem quer só ler e saber das regras. Muitos erros podem ser cometidos por causa disto, uma pessoa tem de abrir 3 ou 4 PDF’s só para ter a certeza.

Já que falamos de regulamentos, outro aspecto interessante é que de acordo com o regulamento de provas da AFPB, existem neste momento clubes a competir que não poderiam estar a competir. Segundo o ponto 4 do artigo 1º: “Em cada freguesia não poderá haver mais de um associado da AFPOBAR em cada competição (artigo 2º dos estatutos)” Todos nós sabemos o que aconteceu com as uniões de freguesias, e ainda que muitos possam argumentar que o artigo se refere às antigas freguesias, o que está escrito é freguesias, e uma freguesia agora é a União inteira e não as antigas individuais que foram extintas, como é o caso de Chorente e Pedra Furada, com os respectivos clubes. Neste caso temos também uma lentidão na reação às mudanças no ambiente externo da Associação. A reorganização administrativa que ditou a extinção e união de várias freguesias foi em 2013. Este artigo tem de ser mudado, redefinindo o que quer dizer com freguesia, ou retirando o limite de clubes por freguesia. Há quase 10 anos que não se cumpre este artigo.

Capacidades técnicas

Dotar os elementos da direção, e principalmente os responsáveis pelo atendimento e gestão das competições, de conhecimentos informáticos mais avançados. Não é expectável que o clube que vai à sede ser atendido tenha de mexer no computador da Associação e tenha acesso a informações confidenciais de outros atletas e clubes. Há assuntos que poderiam ser resolvidos por email mas não são porque ou o assunto cai no esquecimento, ou a pessoa do outro lado não tem conhecimentos suficientes para dar seguimento ao processo.

Deixar de imprimir cartões todos os anos

Cartões novos todos os anos para quê? Se o jogador já tiver jogado o ano passado o número da licença é o mesmo. Criem 1 cartão que só identifique o atleta, sem nome do clube nem ano, e esse cartão dá perfeitamente para múltiplas épocas. Máquinas de imprimir cartões custam balurdios, tintas/toners e recargas de cartões de plástico também fica dispendioso se multiplicarmos o valor por todos os atletas e dirigentes, por todos os anos. Podem perfeitamente colocar uma data de validade nos cartões, preferencialmente igual à data de validade do documento que foi usado para inscrever o atleta. Só quando acabar a validade ou for perdido é que voltam a imprimir cartões. Pelo menos façam-no pelo ambiente, centenas e centenas de cartões novos de plástico todos os anos desnecessariamente.

Manutenção Contínua e Expansão do Sistema Interno

O sistema de inscrições da AFPB é bom, foi sem dúvida uma melhoria brutal em relação ao antigo sistema de inscrição em formato papel. No entanto, também parece estar estagnado e não tem sofrido nenhuma melhoria. Esta é a segunda geração do sistema informático, tanto quanto se sabe, e existem também várias funcionalidades que estavam no anterior e neste não estão. E pior que isso, existem alguns problemas que já foram identificados no novo sistema e não foram corrigidos. Um sistema deste género é como um automóvel novo, depois de comprar é preciso fazer a manutenção, não se pode esquecer dele e esperar que continue a funcionar como no início. A alteração do formato da competição para o sistema de séries não ajudou, mas isso não pode servir de desculpa para sempre. Era de esperar mais desenvolvimentos nesta área. Podiam ser enviados alertas automáticos para os clubes via email dos castigos, das multas. Devia ser possível consultar a conta corrente na área de cada clube, etc.  

Processo de Inscrição

Um atleta para competir no popular tem de ser Natural de Barcelos ou Residir no Concelho de Barcelos, ou seja, um atleta pode muito bem jogar e morar no Município de Vila do Conde ou Povoa de Varzim, se tiver naturalidade Barcelense. Ou pode ser brasileiro desde que esteja a morar numa das freguesias do município. Não é isto que está em causa, o que está em causa é por exemplo um clube ter de provar todos os anos consecutivamente que um jogador é natural do concelho de Barcelos só porque a morada que aparece no cartão de cidadão não é Barcelos. Se o atleta era natural o ano passado ou há 5 anos atrás, ele não o vai deixar de o ser nem que tenha morada fiscal na China ou passem 20 anos.

Permitir guardar o estado da inscrição

Neste momento se faltar alguma coisa não se pode fazer nada. Tem de se esperar, pedir de novo o cartão ao atleta e voltar a fazer tudo de novo. O que deveria acontecer era, um clube podia abrir o processo de inscrição e gravar as alterações e ir adicionando as informações à medida que as vai obtendo, no final, quando achar que tem tudo pronto, submete a inscrição para avaliação, e a AFPB pode aceitar ou recusar, dizendo qual é o problema. O Clube pode depois procurar resolver os problemas ou desistir da inscrição.  

Não exigir Cartão de Cidadão todos os anos

Ou pelo menos enquanto o que foi usado a primeira vez, ainda estiver na validade, de resto como fazem os bancos quando abrimos uma conta bancária. Quando um jogador é inscrito a primeira vez insere-se o cartão, descarregam a informação toda e guardam. Se o atleta for natural do concelho de Barcelos, então no próximo ano não precisa de inserir de novo o cartão, porque o que está em causa não é a morada, visto que pela via da naturalidade já garantiu a legitimidade para participar. Para cidadãos que não são naturais de Barcelos, esses sim, teriam de continuar a inserir o cartão todos os anos para garantir que a morada ainda continua em Barcelos. Para atletas que são naturais do concelho, é só desnecessário estar a pedir para inserir o cartão de cidadão todos os anos, visto que enquanto a validade do cartão da pessoa não passar, o cartão é o mesmo, a foto que vão buscar é a mesma, não acrescenta valor nenhum à inscrição a não ser acrescentar trabalho aos dirigentes dos clubes e inconvenientes aos atletas.  

Permitir abrir processo de inscrição sem ser por Cartão de Cidadão

Se é tão possível inscrever atletas de nacionalidades estrangeiras como é possível inscrever de nacionalidade Portuguesa, então não faz sentido só disponibilizar forma de inscrição para nacionalidade Portuguesa. E isto numa altura em que está a aumentar e muito a imigração de países da América do Sul como por exemplo o Brasil. Devia existir na mesma plataforma onde se inscreve atletas pelo cartão de cidadão, uma hipótese para inscrever manualmente, fazer upload da documentação necessária para provar residência, e mais tarde a AFPB aprovava ou não aprovava a sua inscrição. Esta hipótese estaria apenas disponível para cidadãos de nacionalidade estrangeira, os portugueses eram obrigados a continuar a usar o Cartão de Cidadão. Neste momento tem de se conduzir até ao Centro Empresarial do Estádio Cidade de Barcelos, num dia e numa hora em que esteja aberto, com o atleta em questão e com os documentos todos, para fazer a inscrição. É só ineficiente e inconveniente para toda a gente, até para quem está a atender na Sede da AFPB.  

Fiscalização

E para não acharem que isto é só para facilitar a inscrição de atletas sem legitimidade para participar, se implementarmos as medidas acima, ganhamos tempo, espaço para exigir outras contrapartidas e fiscalizar se de facto as regras estão a ser cumpridas ou não, com mais precisão, onde interessa. Para atletas de nacionalidade Portuguesa, e de forma completamente aleatória, pedir para inserir de novo o cartão de cidadão para verificar a morada. Prazo reduzido de forma a não permitir fazer o pedido de alteração de morada novamente. Penalizações de multa e pontos caso algum clube fosse apanhado a contornar as regras. O mais certo acontecer era que os clubes iriam achar menos aliciante inscrever atletas de fora do concelho se souberem que provavelmente vão ter de andar a mudar moradas mais do que uma vez ao ano, e os atletas não vão aceitar tão facilmente vir jogar para Barcelos se souberem que vão ter a morada fiscal noutro concelho de forma quase permanente ou andar constantemente a mudar. Cidadãos estrangeiros, da mesma forma aleatória, podem pedir faturas de água, luz, internet de forma a comprovar que continuam a morar na mesma residência ou noutra no mesmo concelho de Barcelos. Não adianta criar as leis e depois não as fiscalizar. Já é mais do que sabido que a forma que muitos clubes utilizam para inscrever atletas de fora do concelho é mudar temporariamente a morada do cartão durante uns dias até ser feita a inscrição, e depois voltam a colocar como estava. Só a fiscalização aleatória resolve este problema. A associação até já tem um Conselho Fiscal, faz todo o sentido que fiscalize também a operação e não esteja só à espera da AG de fim de época para apreciar as contas.

Para Finalizar

Gostava que este artigo de opinião fosse interpretado como uma crítica construtiva e não como uma crítica que coloca em causa a atual direção e o seu modo de atuar, até porque estão agora a começar, e esta pode ser uma boa altura para propor mudanças. Este artigo nada mais foi que um levantamento de alguns aspectos, que na minha opinião, poderiam ser melhorados no modo de funcionamento da AFPB de forma a elevar ainda mais os padrões desta Associação. Não queria deixar de agradecer e enaltecer o trabalho voluntário das várias pessoas que fazem com que este campeonato continue a ser disputado. Continuação de um bom mandato e espero ver alguma destas sugestões implementadas no futuro.