Não posso dar a notícia, que me apraz transmitir, sem antes fazer um breve ponto de situação, relativamente à situação de um dos clubes icónicos do nosso concelho - o Grupo Desportivo e Recreativo de Campo, para o necessário enquadramento dos caríssimos leitores.

Como é do conhecimento geral, este Clube tem fortes tradições competitivas desde 1977, herdadas do Sporting Clube do Campo, da década de 50 do século passado.

Primeiro como federado na AF Braga. Depois com a sua inscrição nas competições dos vários escalões na AFPOBAR, a partir da época 1998/99. Pelo meio a formação de uma equipa de futebol feminino e a participação no Campeonato do Alto Minho de velhas-guardas.

Foi um clube inovador. Há 40 anos, tinha umas instalações desportivas muito dignas e evoluídas para a época. Sempre foi superiormente dirigido, até tendo seguro desportivo para os seus atletas. Uma coisa quase inédita no futebol amador.

Com o passar do tempo a novidade foi-se esfumando, apareceram outros factores, que conduziria, à falta de dirigentes, que de quando em vez, se manifestava numa crise directiva. De qualquer das formas, o Clube lá prosseguia embora claudicando.

O ano de 2020 trouxe a sua inactividade desportiva. A crise pandémica terá também a sua quota parte de responsabilidade. O Clube passou a ser dirigido desde Janeiro de 2020, por uma Comissão Administrativa, que fazia o melhor que podia e sabia para evitar o desmoronamento do Clube. Nota do redactor: Ver entrevista publicada neste mesmo jornal on line em Setembro de 2000.

As coisas não estavam fáceis. A hibernação letárgica do clube, que conduziu a que não se tivesse inscrito na época desportiva 2021/2022, não auguravam nada de bom, para o seu futuro.

Até que, o milagre aconteceu. Um grupo de afoitos e abnegados associados, resolveram dar um pontapé na crise e sacudir de uma vez por todas o marasmo a que o Clube tinha chegado. Uma equipa, que mistura, sócios com experiência em anteriores passagens pelo Clube, como dirigentes e sócios jovens com vontade de trabalhar, motivados e generosos, como sempre é a juventude. Fazem parte deste grupo de dirigentes, duas senhoras, a fazerem jus que a luta pelo equilíbrio de direito de género, não é uma miragem, nem é palavra vã. Elas são tão capazes que eles e têm o seu papel nas várias funções de uma sociedade dita evoluída e futurista.

Pelo facto de só haver uma lista concorrente ao eventual acto eleitoral, no período estipulado para o efeito, fez com que lhes fosse conferida posse em 29 de Outubro, na última sexta-feira, sem necessidade de recorrer ao sufrágio. Cerimónia de Tomada de Posse, que decorreu com enorme simplicidade, mas revestida da maior seriedade e elegância, como nos impõe o protocolo social e o Regulamento Interno do Clube. Uma passagem de testemunho serena, em que os recém-empossados acabaram por perceber e respeitar as dificuldades de gestão dos elementos da Comissão Administrativa que assim cessou funções. No olhar de todos os presentes se sentia a sensação de alívio, por se ter resolvido um sério e grave problema que afligia todos aqueles, que gostam do GDR Campo. Sentia-se um grande sentimento de esperança no futuro. Os recém-empossados manifestam-se motivados e com vontade de fazer coisa boas e positivas pelo Clube. Pediram união em torno desta causa comum que nos irmana, o nosso Grupo Desportivo e Recreativo de Campo. Acreditamos que tudo é possível. “O homem sonha, Deus quer a obra nasce”, parafraseando Fernando Pessoa. A divindade quer com certeza, este grupo de abnegado sócios e sócias sonhou e vai ser possível o sonho. Acreditamos e estamos com eles, que no fundo é estar com o nosso Clube de coração. O nosso Grupo Desportivo e Recreativo de Campo.

O futuro deste novo ímpeto e da nova vida do GDR Campo começou na sexta-feira. Estamos de volta.

Nomearia de bom grado o nome dos novos dirirgentes do GDR Campo, mas tornaria este artigo muito extenso. Convido, no entanto, os leitores a acederem ao “face” do GDR Campo-home ficando em posse de toda a informação.

 

Mário Costa